sábado, maio 23, 2009

Preto e Branco

Tudo ali na sala, em preto e branco se esvaece.
O sofá de vários lugares se reduz a um pensamento de uma poltrona no canto
As almofadas, antes coloridas e cheias de lantejoulas cuidadosamente escolhidas e aplicadas uma a uma, desbotaram-se.
O carpete, aquele antro de perdição, lugar de brincadeiras, com uma pequena mancha de um café derramado, algumas mordidas de um cachorro levado, agora se enche de poeira.
Poeira, esse sim, novo habitante.
Enxergo tudo preto e branco, até um canto que jamais imaginei ver assim.
Na parede um quadro.
No quadro um retrato tão puro, tão familiar e amoroso...
Porque insiste em se preencher com sépia e não com o tão visto preto e branco?
Isso tudo, agora me parece uma baboseira mentirosa, hipócrita, enganadora,
suja.
Falsa de se dizer amor, se fazer amor, se respeitar amor, se alegrar
amor.
Ignoro o sentimento, endurece o peito e amarga meus lábios que insistem
em jorrar palavras ácidas, ríspidas, asquerosas e nojentas.
Transborda dali o azedume de um coração que sofre calado, cheio de fracas forças por tentar acalentar um outro alguém e no fim por disritmia ele próprio se esvaece.

Sem dicas de esmaltes e suas cores por hoje!

Ina

Nenhum comentário:

Postar um comentário